Vitória de Rodolfo. Mais uma atitude de vanguarda do Atlético Paranaense
“É um sentimento muito bom em estar de volta” – diz o arqueiro, que ficou um ano afastado do futebol. “A vida que eu tinha antes, não desejo a ninguém. Era uma vida de ilusão, sem significado. Hoje, estou bem melhor e centrado no que quero para meu futuro. O Atlético me ajudou bastante a conseguir isso. É uma ajuda que valorizo bastante. Provavelmente, outro clube não teria feito o mesmo por mim” – agradece jogador, que, de acordo com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), já pode voltar a fazer uma partida oficial.
A situação de Rodolfo com as drogas veio a público em julho do ano passado. À ocasião, ele foi denunciado no artigo 2º - item 2.1 - do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) após ser flagrado no exame antidoping, que mostrou a presença de cocaína na urina coletada depois da partida conta o CRB, pela quinta rodada do Brasileiro da Série B. Uma nova amostra atestou o mesmo resultado duas rodadas depois, contra o Ceará. Suspenso preventivamente por 30 dias, o próprio jogador veio a admitir depois em entrevista coletiva no CT do Caju ser dependente químico. Na mesma entrevista, o CAP também divulgou como se mobilizaria para oferecer a ele todo o apoio médico, jurídico e psicológico. Por conta desse suporte do clube e do comprometimento do goleiro em se livrar do vício, o Superior Tribunal do Justiça Desportiva (STJD), em decisão inédita no futebol brasileiro, estipulou uma pena alternativa e o afastamento do goleiro dos gramados por um ano. Em condições normais, poderia até ser banido do esporte.
"Hoje foi a reafirmação que tudo que fizemos estava no caminho certo. Optamos por tratar em primeiro lugar o ser humano, não somente um atleta. E isso mostra que todos merecem a chance de mostrar que podem mudar para melhor”– lembra o psicólogo e membro da Câmara de Ética e Disciplina do Conselho do CAP, Dionísio Banaszewski. E nenhum detalhe foi mesmo deixado de lado. Rodolfo até mora no CT do Caju como uma forma de continuação do tratamento. “Estou trabalhando nesse meio há muito tempo. E um clube investir na recuperação pessoal e profissional da maneira como o Atlético fez, foi uma atitude ímpar” – destaca o psicólogo do esporte do Rubro-Negro, Gilberto Gaertner, que também acompanhou o tratamento. “O Atlético inaugurou uma maneira humana de ver o seu jogador. A preocupação não foi só do atleta Rodolfo, mas também de que o ser humano pudesse se recuperar e retornar para a vida” – acrescenta Gaertner.
Para voltar a atuar, Rodolfo cumpriu o acordo feito com o STJD e comprovou mensalmente, através de exames, que está em abstinência. "Ele cumpriu todo o acordo e, com o respaldo do Atlético, propusemos e foi aceito pelo STJD que durante esse um ano restante do que seria a pena original dele, o Rodolfo irá comprovar mensalmente que está apto a jogar e continuará com as ações sociais", explicou o advogado Domingos Moro.
"O Atlético Paranaense mais uma vez foi exaltado durante o julgamento. Inclusive, na pauta anterior ao julgamento do Rodolfo, que também tratava de doping, o clube foi citado como exemplo de recuperação", finalizou Moro.
Foto: Gustavo Oliveira / Site Oficial
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