Projeto Camisa 10

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domingo, 18 de dezembro de 2011

Barcelona x Santos. Um novo modelo de treinamento???



Um toque na bola, dois toques, três toques na bola durante a partida. Quem toca não recebe, no máximo um atleta pode dar um drible e deve tocar a bola. Aproximação ao homem da bola (facilitação), movimentações em diagonais e paralelas constantes, velocidade constante de passe, tocar e andar sem a bola independente da posição em que você joga. 

Marcação pressão total, pressão homem da bola, pressão ao homem que vai receber o passe, marcação por zona ou setor de marcação, quadrantes e losangos com coberturas constantes sem deixar a outra equipe respirar diminuindo os espaços para a equipe adversária.

Todos estes conceitos estão relacionados ao futsal certo? Sim, mas não é só o futsal que trabalha com essas teorias do treinamento desportivo. O  futebol europeu tem como base os treinamentos do futsal em todas as suas categorias, da base ao profissional os clubes europeus jogam futsal em seus treinamentos e jogos. É claro que a qualidade dos gramados nas categorias de formação na Europa é o fator  fundamental para o desenvolvimento deste trabalho, coisa que não acontece no Brasil, onde os gramados das categorias de base são de péssima qualidade prejudicando muito a aplicação dessas técnicas. Entretanto, a maior diferença está na formação do atleta de futebol e futsal, onde os jogos reduzidos, as movimentações técnicas e táticas, a formação cognitiva do atleta é a principal vantagem do Futebol Europeu frente ao Sulamericano.

Tivemos hoje, uma aula de futsal na final do campeonato mundial de clubes da FIFA entre Barcelona e Santos, nossos treinadores e também o nosso futebol precisam urgentemente de uma reciclagem, uma auto avaliação. Necessitamos deitar no divã e repensar nossos conceitos relacionados à formação dos atletas de futebol e também a maneira como treinamos nossas equipes profissionais. Formações táticas retrógradas, treinamentos obsoletos, treinadores que não querem aposentar-se de forma alguma e não tem como base da sua carreira, um banco universitário. Lembramos ainda, do grande Tele Santana pela sua visão a frente do seu tempo buscando sempre práticas inovadoras e aprimoramento profissional.

Sem reciclagem, o futebol brasileiro vive uma enorme crise, repatriamos jogadores de segunda linha em final de carreira, que por falta de profissionalismo não tem mercado nos melhores clubes europeus, com salários destruidores para a saúde de nossos pobres clubes e que só querem saber de praia e cerveja gelada.  Nossos treinadores não tem mercado na Europa, vivemos das honras de nosso passado brilhante, momentos de talento individual que fizeram o Brasil brilhar no cenário mundial.  Precisamos mudar nossa metodologia voltada ao futebol, passando principalmente pelos treinadores e dirigentes esportivos das categorias de base dos clubes Brasileiros e da nossa seleção, dessa maneira talvez podemos voltar aos velhos temos das grandes vitórias.

Alvaro Menegotto
Treinador de Futebol com Formação em Educação Física e Especialização em Futebol e Treinamento Desportivo.
Cref 6622 - PR

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